terça-feira, 15 de maio de 2012

Relatório sobre passeio ao Massacará, maio de 2012.


 No dia 5 de maio de 2012, os alunos do terceiro ano do colégio Centro Educacional Elo, saíram por volta das 8 horas da manhã em direção ao povoado de Massacará, com o objetivo de conhecer a história do local e dos índios que ali habitam.
No decorrer da viajem ocorreram alguns imprevistos, como o pneu que furou, mas logo foi trocado. A viajem então foi concluída e no meio do caminho sempre cantando, deu pra perceber o quanto a seca está castigando aqueles que moram naquela região. Muitos lugares secos, animais magros é o que se pode ver em toda estrada.
Assim que chegamos ao Massacará, fomos muito bem recebidos e seguimos em direção a um centro de cultura onde esperaríamos a chegada do Pajé Juvenal. Enquanto ele não chegava seu filho Evangelista, também conhecido como Ivan, pôde contar grande parte da historia dos índios kaimbé. Logo após a palestra dada pelo Pajé e por seu filho, fomos almoçar e seguimos passeio, conhecendo o local onde eles se reúnem a igreja das missões, pedra do consolo, e a nascente do rio Massacará.
Os índios da tribo kaimbé, considerados os mais velhos do nordeste, foram os primeiros habitantes de Euclides da Cunha, que se instalaram inicialmente na aldeia Massacará (Tinha esse nome, pois significa batata cará, e como eles precisavam dessa massa cará, resolveram fazer a junção desses dois nomes).  Naquela região houve três conflitos com mortes, até que em 1989 ocorreu o último conflito, e em 1990 a região foi reconhecida, pertencendo então aos índios que ali habitam.
Em 1639, foi fundado por missionários jesuítas em missão catequese pelo sertão, na atual Vila de Massacará, um convento e a Igreja da Santíssima Trindade de Massacará. O convento foi destruído por referidos padres quando Marques de Pombal os expulsou do Brasil, enquanto a igreja está de pé até os dias atuais, recebendo vários fiéis. Naquela região existem muitas lendas como O bicho da lagoa seca, porém a que mais chama atenção é a lenda da serpente. Diz à lenda que na capela está o túmulo do coronel José Américo, homem muito poderoso na guerra de Canudos, chegando até a ajudar as tropas republicanas quando elas tiveram acampadas na região. Costumam dizer que o coronel transformou-se em uma serpente, e que sua cabeça estava localizada na capela da Santíssima Trindade, enquanto sua cauda estaria na de São Vicente, próximo de uma pedra rochosa, conhecida como “pedra do consolo”. Além das lendas, outro fator que chama atenção na região é sua cultura. Os povos kaimbé têm contato com outros índios, como os que habitam Banzaê (Os Quiriris), onde juntos participam de festejos. Uma dança típica deles foi apresentada, chamada de toré, onde os índios juntamente com nós alunos e professor André, pudemos dançar e ver mais de perto sua cultura. Todo sábado de 15 em 15 eles fazem seus rituais com roupas indígenas para Deus Tupã, e bebem Jurema, uma cachaça que de acordo com eles é preparada espiritualmente. Eles também participam de jogos de outras etnias. Sua agricultura é familiar, fazem caças coletivas, onde pegam pássaro, tatu, preá, etc.
Fazem parte do povoado de Massacará, os povoados de Monte Alegre, Cipó, Soares, Muriti e Caimbé.
Com a civilização os índios não se vestem mais como antes, porém fazem questão de manter a sua cultura e tradição viva. Em uma palestra dada pelo filho mais velho do Pajé, o Evangelista, ele conta que não tem vergonha de vestir suas roupas de palha, ele usa uma frase também que define toda essa mudança: “Quero ser o que você é sem deixar de ser o que sou.” Querendo deixar bem claro, que você pode ser médico, professor, pastor, advogado, dentista, católico, evangélico, mas que nunca vai deixar de ser índio, que apesar de você perder suas características físicas, o seu espírito continuará vivo. Mesmo perdendo algumas dessas características eles fazem questão de mantê-las presentes na vida daqueles que ainda estão crescendo e descobrindo a historia dos seus antepassados através da escola, a qual antes era municipal e que a partir de 2010 tornou-se estadual, com a presença de professores das proximidades, e da região como da cidade de Euclides da Cunha. Porém seu principal objetivo é resgatar a antiga linguagem dos povos Kaimbés, que foram perdidas, quando os coronéis não entendiam o que eles falavam e os proibiam a falar daquela maneira, obrigando assim a aprender outra língua, como o tupi.
Podemos enfim, aprofundar mais nossos conhecimentos sobre os índios, não só dessa região, mas como um todo, podendo perceber que ele tem papel fundamental no que somos hoje. Por volta das 6 horas, retornamos para Euclides, com muita música, risadas, e com certeza muitas lembranças desse passeio que será inesquecível. Que venha Canudos!!

Aluna: Nichole Pinheiro, 3º ano.

3 comentários:

Profº André Carvalho disse...

Que venha Canudos!! kkk (Adailto)

Profº André Carvalho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Profº André Carvalho disse...

Serão levados em consideração os seguintes aspectos:
• Clareza na apresentação das idéias;
• Fundamentação demonstrada na abordagem;
• Capacidade de análise crítica
• Objetividade da apresentação do tema
• Criatividade;

O texto obteve êxito em todos os quesitos!
21 de maio de 2012 21:19

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